08/07/2021
PAULO FREIRE
O OBJETIVO MAIOR DA EDUCAÇÃO É A CONSCIENTIZAÇÃO DO ALUNO
A EDUCAÇÃO COMO PRÁTICA DA LIBERDADE.
Paulo Regius Neves Freire, é o mais famoso educador brasileiro. Nascido no Recife, em 19 de setembro de 1921, é considerado um dos maiores pensadores sobre Pedagogia e a Educação, tornando-se o brasileiro mais homenageado na história.
É um Educador sempre atual, que merece sempre ser revisitado em qualquer tempo da nossa história.
Ganhou inúmeros títulos de Doutor
Honoris Causa de diversas universidades americanas e europeias. Foram 29
títulos no total em 41 universidades do mundo, além de outras centenas de
menções e prêmios internacionais. Entre esses prêmios, em reconhecimento pelos
serviços prestados à Educação e Pedagogia pelo mundo a fora, recebeu da Unesco
em 1986, o Prêmio Educação para a Paz.
Em 2012, foi declarado como
Patrono da Educação Brasileira, pela Lei 12.612, de 13 de abril de 2012.
Sua principal obra “Pedagogia do
Oprimido”, configura como único livro entre os 100 mais pedidos pelas
universidades inglesas. De acordo com o Google Acadêmico, Paulo Freire é o
terceiro pensador mais citado em trabalhos acadêmicos em universidades da área
de humanas em todo o mundo. E quando considerarmos apenas autores da área da
Educação, Pedagogia do Oprimido, é o segundo livro mais consultado em
bibliotecas de língua inglesa do mundo inteiro.
Ao consultar o Google Acadêmico, pode-se
constatar que Paulo Freire já foi citado 476083 vezes (08/07/2021), e só o
livro Pedagogia do Oprimido foi citado 79.200 vezes em trabalhos e artigos acadêmicos
de diferentes países. Ainda hoje, Paulo Freire é uma grande influência na
América Latina e África.
Paulo Freire influenciou enormemente a EJA (Educação de Jovens e Adultos), conhecido pelo método de educação de adultos, método este que levou o seu nome, o Método Paulo Freire, cujo pensamento pedagógico era assumidamente político, ou seja, para ele o principal objetivo da educação era conscientizar o aluno em relação ao seu papel na sociedade, possibilitando-o transformar-se sempre em sujeito da sua história e do meio em que vive.
A alfabetização para ele,
portanto, era um modo de tornar o aluno
protagonista da própria história, capaz
de modificar a realidade a sua volta, utilizando a bagagem social e cultural do
aluno e transformá-la em conhecimento.
Em 1963, em Angicos, Rio Grande
do Norte, Paulo Freire colocou o seu método em ação pela primeira vez, onde
propôs alfabetizar 300 trabalhadores do campo, muitos deles cortadores de cana,
domésticas, pedreiros, entre outros adultos em 40 horas de aula ao longo de 45 dias. Isso só foi possível porque a
metodologia adotada por Freire, baseou-se nos contextos, saberes e objetos do
dia a dia dos trabalhadores, onde ele levou em conta as experiências de vida
próprias de cada aluno dando um sentido para o que estavam aprendendo.
As experiências positivas e as
ideias inovadoras trazidas por Paulo Freire se expandiram pelo País e o sucesso
da sua metodologia o fizeram ser convidado por João Goulart para preparar o Plano
Nacional de Alfabetização, cujo objetivo era
a alfabetização de adultos.
Porém, em 1964, com o Golpe Militar o plano foi interrompido, Paulo
Freire passou a ser perseguido e preso por 70 dias e posteriormente exilado do
país. O regime militar obrigando-o a exilar-se na Bolívia e também no Chile.
Só pode regressar ao Brasil 16 anos depois.
Em 1969, Freire lecionou na Universidade
Harvard, Estados Unidos. De volta ao Brasil, Paulo Freire foi secretário
municipal da Educação, entre 1989 e 1991, na gestão de Luiza Erundina.
Faleceu em São Paulo, em 1997.
Atualmente, Paulo Freire é estudado em diversas universidades americanas, vários centros de estudos sobre educação pelo mundo foram batizados com o seu nome como na Finlândia, África do Sul, Áustria, Alemanha, Holanda, Portugal, Inglaterra, Estados Unidos e Canadá, além de ser homenageando com uma escultura na Suécia.
Apesar de todo reconhecimento que
Paulo Freire tem pelo mundo a fora, o seu trabalho como educador e o seu
pensamento é alvo de muitas críticas e ainda geram grandes polêmicas em torno
do seu nome. Entretanto, é inegável o legado de Paulo Freire na educação no
Brasil e também no mundo.
O Brasil tem vivenciado uma
polarização em todos os âmbitos: social, familiar, político e também educacional.
Mesmo depois de quase 24 anos de sua morte (2021), Paulo Freire ainda é
presença marcante em discussões e debates sobre educação.
Nas manifestações de rua, nos
pronunciamentos de alguns políticos, nas caixas de comentários do Facebook e outras redes sociais, é muito comum ver
ataques a Paulo Freire e sua pedagogia,
mesmo sem conhecer sua obra, sua história e o seu legado na educação.
A grande maioria das críticas vem
de correntes políticas conservadoras e diz respeito à suposta presença da
filosofia freireana nas salas de aulas, nas escolas e também na formação
pedagógica dos professores, bem como na atuação destes na transmissão dos
conteúdos e na maneira de ensinar.
Entretanto, é válido ressaltar que, Paulo
Freire nunca esteve de fato dentro das escolas, nem mesmo na formação dos
professores. Suas ideias NUNCA FORAM COLOCADAS EM PRÁTICA de forma sistemática
na educação brasileira.
Criticado por uns e rejeitados
por outros, o fato é que, Paulo Freire foi um divisor de águas na educação
brasileira, além de ser referência internacional no campo da alfabetização, o
seu método que completa 58 anos em 2021,
não deixa de ser bastante relevante nas discussões e debates mundiais sobre pedagogia e educação.